segunda-feira, agosto 19, 2013

Destino: Estados Unidos, Livro: Vaclav e Lena

Uma das coisas mais legais nessa ideia de dar a volta ao mundo com os livros é a possibilidade de conhecer novos autores. As três histórias que li até agora, me encantaram. Quando decidimos experimentar novos escritores, podemos perceber as diferenças na escrita, nas descrições, no jeitinho de contar sobre a vida dos personagens. E isso é delicioso. 

Quando fui escolher o livro dos Estados Unidos, pensei em pegar algum que não fosse de um autor muito famoso. Não queria ler alguém que eu já conhecia. Busquei uma história diferente. E foi assim que encontrei Vaclav e Lena, personagens que me deixaram apaixonada.


Sinopse: Vaclav e Lena parecem destinados um ao outro. Eles se encontram pela primeira vez aos 6 anos, numa aula de inglês para imigrantes em Brighton Beach, no Brooklyn. Vaclav é precoce e falante. Lena, com dificuldade no idioma, refugia-se na segurança de sua adoração por ela. Ele imagina a história dos dois se desenrolando como em um conto de fadas. No entanto, uma das muitas verdades a serem descobertas nessa extraordinária obra de estreia de Haley Tanner é que "felizes para sempre" nunca é um desfecho garantido.
Um dia, Lena não vai à escola. Desaparece da vida de Vaclav e da família dele como num cruel truque de mágica. Durante os sete anos seguintes, Vaclav deseja boa-noite a Lena todos os dias, perguntando-se se ela faz o mesmo onde quer que esteja. No dia do aniversário de 17 anos de Lena, ele finalmente descobre o que aconteceu.
Haley Tanner tem a originalidade e a verve de uma contadora de histórias nata, e também a ousadia de imaginar um mundo em que o amor pode superar as circunstâncias mais difíceis. Em Vaclav & Lena, a autora dá vida a dois inesquecíveis jovens protagonistas que evocam a alegria, a perplexidade e a paixão de se ter uma profunda e duradoura ligação com outra pessoa.


Pela sinopse acreditei que era um livro daquele estilo levinho e fofo. Com a leitura percebi que o livro é muito mais do que isso. De uma forma doce a autora trata de temas pra lá de complicados. Ela passa longe da apelação para tratar de problemas como abandono, destrato, abuso de menores... Sentimos dor ao perceber que isso existe em todas as partes do mundo e sentimos ainda mais dor de ver isso acontecer com uma menininha tão frágil como a Lena. Mas ao mesmo tempo não terminamos o livro com vontade de chorar de tristeza ou sem esperança no mundo. Pelo contrário, a autora mostra como o amor pode colorir uma vida tão sem cores. O amor de uma mãe adotiva, de um amigo ou de um amor. 

Fiquei triste por imaginar quantas outras crianças como a Lena são obrigadas a enfrentar uma vida dura, quantas são infelizes por terem pais que não ligam e não cuidam delas. É triste imaginar que os momentos bons de uma criança podem ser mínimos, apenas nas poucas horas em que estão em um mundo que elas desejariam tanto que fosse o delas para sempre.

Mas ao mesmo tempo fiquei feliz por saber que tanto na literatura quanto na vida real, existem aquelas pessoas que, da maneira que podem, tentam ajudar. É gostoso ler e saber que existem pessoas especiais que tentam amenizar o sofrimento do outro com um sorriso, uma história ou um carinho. 

E o final do livro? Ah, que final! Li pela internet algumas pessoas dizendo que odiaram, que acharam corrido, que não viram sentido naquele fim. Mas eu amei! Terminei o livro com vontade de abraçar a história e, principalmente, o Vaclav. Mesmo com a história tendo um tema tão pesado, terminei me sentindo leve. Foi emocionante e delicioso imaginar que existem pessoas capazes de construir um mundo para fazer a outra mais feliz. E acabei a última linha desejando que existam muitos Vaclavs espalhados pelo mundo, pessoas que da maneira mais doce e inocente possam fazer com que as cores tomem conta de uma tela preta.  

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