terça-feira, setembro 25, 2012

Falando de livros

Aproveitei para refletir um pouco sobre os livros. Depois de muito pensar, concluí uma coisa: O que mais me atrai nos livros não é uma "grande história", algo cheio de ensinamentos, lições, isso ou aquilo. O que mais me atrai em um livro é a sensação que aquela história, aqueles personagens provocam em mim. 

É sempre assim com os livros da Nora Roberts, por exemplo. Praticamente todas as histórias dela foram marcantes para mim. Mas ela escreve sobre alguma coisa muito importante? Não! Ela fala sobre amor, desejo, vontades, família, rotina e a fuga dessa rotina. O que torna o livro bom? As sensações, a identificação com um personagem, com um sentimento, com um lugar.

Não importa quantas lições tenha um livro, quantos ensinamentos, se ele é muito fofo, lindo. Se não me provoca sensações, não entra na minha lista de favoritos. Não que desgoste desses. Apenas não são livros inesquecíveis.

Por que Rosamunde Pilcher é tão querida por mim? Por todas as sensações que ela sempre me provocou. Vontade de conhecer a Cornualha, na Inglaterra; vontade de experimentar o chá da tarde, de beber vinhos, de me entregar mais, de comer uma linguicinha com bacon e cebola! O mesmo com a Nora e com a Barbara Delinsky.

Ah, e o que falar do fofíssimo Anna e o Beijo Francês?! Livro lindo, inocente, simples. Poderia ser apenas mais um na minha estante, mas não é. Aquele livro para adolescentes me faz suspirar toda vez que olho para ele. Que meu noivo me perdoe, mas até sonhar com o Etienne eu já sonhei. Fazer o quê? Os personagens são apaixonantes! E o mesmo aconteceu agora com @mor!

Como disse outro dia, todos falam dos livros do Nicholas Sparks (ok, são lindos!) e todo mundo me recomendou "O Diário de Suzana Para Nicolas". Depois de terminar de ler esses, a sensação que tenho não é daquelas de tirar o ar, de perder o fôlego. Me sinto triste, deprimida. Esses com lições, mas cheio de doenças e mortes não são as minhas maiores paixões. Achei perfeita a colocação de Bibi Ferreira, quando ela disse "Tristezas já bastam as da vida". 

O que gosto nos livros é daquele gostinho de paixão, é da vontade de sentir sempre um pouco mais. De flutuar, de conhecer mais e mais o amor. De perceber por outros olhos novas descobertas, outros sonhos. Adoro o que é leve, gostoso. 

Acredito que é por esse motivo que as opiniões são sempre diferentes. Por isso que uns amam uns livros que outros odeiam, e o contrário também. Certo, errado? Acho que isso não existe. O que existe é um livro certo para cada um, não um livro certo para todos!

segunda-feira, setembro 24, 2012

Que livro!

Sabe quando um livro te marca de um jeito meio inesperado? Foi isso o que aconteceu comigo nesta segunda-feira. @mor, do autor Daniel Glattauer, me deixou encantada, refletindo sobre muitas e muitas coisas e com aquela cara de boba na última página (na verdade, em várias páginas). É um daqueles romances que por vários momentos chega a te tirar o ar, que faz com que você sinta aquele frio na barriga, sabe?!

Já vi algumas pessoas dizendo que não gostaram, que acharam o livro uma porcaria. Bom, como disse para algumas amigas, acho que gosto não se discute. Não adianta. Cada um pensa de uma forma, tem seus valores, suas crenças, seus prazeres, suas experiências e suas paixões.

Esse livro do Daniel me lembrou tantas conversas que já tive com minhas melhores amigas em vários momentos da vida. Me lembrou a velha história da adrenalina que sempre buscamos para deixar tudo mais emocionante, mais gostoso. Também me fez recordar outras conversas, outras pessoas, outros momentos. Caramba! Esse livro me despertou tanta coisa! E olha que são e-mails, apenas e-mails trocados entre um homem e uma mulher. Curiosidade?! Vontade de ler a conversa alheia? Essa pode ser uma das coisas que atrai, mas para mim esses simples e-mails foram muito mais além.

Refleti sobre como pessoas que possuem uma vida plena, legal, com tudo aquilo que todos sonham em encontrar, podem ainda assim querer mais. Será que nunca estamos satisfeitos com o que temos? A grama do vizinho é realmente sempre mais verde?

E será que é sempre isso?! Ou tudo também pode ser obra do destino?! Por que um e-mail errado pode levar a tantas outras consequências?! Acho que não podemos simplesmente generalizar acontecimentos e atitudes. Existem casos e casos. Vidas e vidas.

É impossível não refletir, não relembrar, não pensar em tantos "e se...", impossível não pensar naquela "maldita adrenalina", impossível não pensar. Pensei em quantas pessoas fazem escolhas erradas, em quantas pessoas simplesmente não fazem escolhas. Imaginei quantos (poucos!) Bernhard existem por aí e senti um aperto no coração por todos eles. Pessoas que amam tanto outra, que são capazes de suportarem situações pra lá de complicadas apostando ainda naquele amor.

Parece que esse livro juntou em 184 páginas de e-mails muitas das reflexões que fiz ao longo de experiências minhas, de amigas bem próximas e da vida. Adoro livros que fazem com que eu fique pensando, pensando e pensando sobre os personagens.

Imaginei quantas pessoas possuem um "Léo" ou uma "Emmi" em alguns momentos da vida e quantos têm a coragem de se mostrar, de tornar uma fantasia em algo real, de mudarem de caminho. Será que essas pessoas existem? Será que foram felizes? Ou quando a fantasia passa para o real tudo acaba indo para o ralo? E não para por aí. As páginas e páginas de e-mails trazem reflexões sobre muitas e muitas coisas - pequenas e grandes.

E além de tudo isso, ainda dá uma vontade enorme de beber um vinho no final! Quem não fica?! Ah, Léo... Ah, Emmi! Obrigada, Daniel Glattauer por uma leitura tão gostosa, por me presentear com tantas sensações! Espero ansiosamente pela continuação! Sim, tem continuação! Mas o final desse primeiro já poderia ser um final. Afinal, foi uma escolha, não é verdade?!

O livro pode ser "simples", mas quando alguma coisa fala de amor, qualquer que seja ele, de uma maneira tão verdadeira quanto essa, por mais simples que seja, acredito que não é possível ler apenas superficialmente. Nas entrelinhas existe muita reflexão. Essas são apenas algumas, mas podem ter a certeza de que vai muito além disso.

terça-feira, setembro 18, 2012

Chat de Livro


Você ama ler? Então, o que acha de dividir com a gente toda quinta-feira a sua paixão pelo livro? Eu – Fernanda Belém - e a autora Fernanda França, iremos trazer toda semana um tema novo para a gente bater um papo sobre livros no Twitter.

Como a ideia surgiu:

A querida blogueira Claudia Bia, dona do Aprendiz de Viajante (WWW.aprendizdeviajante.com), promove toda quarta-feira, às 21h o #ChatDeViagem. É uma delícia participar e conversar sobre diversos destinos turísticos.
Por gostar tanto dessa ideia, as Fernandas pensaram na possibilidade de fazer um #chatdelivro toda quinta-feira para conversar sobre essa outra grande paixão – os livros.

E aí, quem topa participar?
Nessa quinta-feira, iremos fazer o nosso primeiro #ChatDeLivro. Para participar, basta seguir nossos perfis @nandabelem e @fernandafranca e responder as perguntas do nosso primeiro tema - Livros que te fazem suspirar - usando a hashtag #ChatDeLivro no final da frase, para que todos possam acompanhar suas respostas.

As perguntas serão numeradas. Não esqueçam também de colocar o número da sua resposta, para que todos saibam qual pergunta você está respondendo.
Está confuso? Veja como serão as perguntas e como responder:
Ex:
{host} P1- Qual foi o mocinho mais inesquecível até hoje?!
R1 – É difícil escolher apenas um, mas o Ettiene - de Ana e o Beijo Francês - está entre os favoritos! #ChatDeLivro

O legal é poder interagir com todos os que participarem do Chat de Livro e descobrir novas histórias, interesses em comum e novas pessoas que sejam tão apaixonadas por livro quanto você! Participe com a gente!
Nesta quinta-feira, às 22h, esperamos vocês!! Não esqueçam e espalhem para os amigos!

segunda-feira, setembro 17, 2012

Política é um assunto chato?

O título dessa crônica é uma pergunta que vejo em forma de afirmação quase que diariamente na internet. "Política é um saco!", "Não vejo a hora de acabar as eleições para acabar essa coisa chata!", "Não tenho saco para política!" E assim vai. Concordo com quem acha esse um período chato, pois você precisa andar nas ruas desviando de placas e de pessoas vestidas até de coração distribuindo panfletos desse ou daquele candidato. Também não gosto daqueles que vão nas nossas redes sociais pedindo um voto e mandando ver no número dele!

Mas vamos parar para pensar um pouquinho. Como podemos dizer que política é chato e depois a gente querer que alguma coisa mude? Para que a gente tenha um país, um governo melhor, precisamos entender um pouco melhor sobre política. Também precisamos conhecer mais dos candidatos, partidos... Já viram quantas pessoas votam no amigo, no vendedor da esquina, em um ex-jogador de futebol ou em um ator?! O motivo não são os projetos daquela pessoa, mas a familiaridade do rosto. E isso não é nada bom.

Política não é moda, não é lazer, não é um entretenimento. É coisa séria. Em quem você votou para vereador nas últimas eleições? Está lembrado? O seu candidato fez as propostas que divulgou? O que ele fez de bom? Merece o seu voto mais uma vez?

Claro que esse não é o assunto mais legal, mais divertido ou o mais atrativo dos últimos tempos. Mas se a gente não tiver responsabilidade na hora de votar, serão mais quatro anos da mesma coisa. Uma mentirinha aqui, um ganho ali, corrupção, dinheiro público para os fins mais obscuros. Isso não é um assunto chato assim, não é mesmo?!

Mas são todos iguais? Um pior do que o outro? Será?! Bom, prefiro ter esperança e pensar que no meio de tantos frutos podres, alguns ainda estejam bons, com capacidade de dar novas sementes e novas flores. Não entendo muito de política (partidos, alianças, aprovação de projetos), gostaria de saber muito mais e por esse motivo, procuro ler sempre que posso mais sobre o assunto. Mesmo não entendendo bem, procuro ouvir todos os candidatos e pesquisar depois. Não pego qualquer informação ou declaração e saio atirando mil pedras. Prefiro entender o que todos disseram, o que já fizeram e o que realmente podem fazer. Prometer é tão fácil!

Em tempo:

Fiquei feliz na última sexta-feira, quando encontrei amigos em um barzinho e ficamos bebendo uma cervejinha e conversando sobre política. Gostei de ver que mesmo com opiniões diferentes, votando em pessoas diferentes, estávamos lá, podendo falar de tudo, mas tirando um tempinho para falar sobre uma coisa que vai interferir em nossas vidas nos próximos anos. Você acha que não?

E gente, mais uma vez vou fazer o mesmo apelo que fiz uma vez. Você, que em um engarrafamento, ultrapassa todo mundo pelo acostamento, não faça mais isso. Não existe diferença nenhuma entre você e um político "ladrão". Você é tão corrupto e sujo quanto eles. A educação não tem que vir só de quem está aparecendo, da pessoa conhecida. Nunca teremos um país melhor, se cada pessoa não fizer a sua parte. Todo mundo cobra dos políticos, mas não fazem nem um grãozinho de areia para que as coisas sejam melhores! Vamos repensar isso aí!

E no dia das eleições, não vamos jogar nossos votos no lixo! Perder alguns minutos lendo um pouco sobre os candidatos, sobre o histórico deles e sobre as propostas, não vai fazer nenhum dedo cair, ou uma cabeça explodir. Se a gente começar a ter um pouco mais de responsabilidade, quem sabe as coisas não podem realmente começar a mudar?

Ou vocês vão continuar fazendo tudo igual para depois continuarem com as mesmas reclamações?! Vamos pensar melhor e fazer a coisa certa!!  

quarta-feira, setembro 12, 2012

Por que eu amo vinho?

Todo mundo que me conhece sabe da minha paixão pelo vinho. Preciso confessar que também adoro uma cervejinha nos dias quentes com os amigos! Já me perguntaram se gosto de beber pelo efeito da bebida ou se gosto do paladar. Respondo: Pelo paladar. Gosto do gosto do vinho (não de todos!) e das cervejas (não de todas!). Impossível gostar da cerveja? É amarga? Umas pessoas acham ruim, mas eu adoro experimentar. Já provei muitas brasileiras - as artesanais são as melhores!! - belga, alemã, francesa, japonesa, argentina (Ah, Quilmes!Hummmmm...), entre outros países que já não lembro mais. Adoro sentar no Empório para degustar. Mas o vinho...

Eu e o vinho temos uma relação quase de amor. Mas não foi sempre assim. Até os meus vinte e quatro anos, não era tão chegada nele. Na verdade, acho que tenho um pouco de trauma de uva e isso passou para  o vinho - pobrezinho! O motivo do trauma? Bom, é uma rápida história! 

Quando eu era pequena, lá pelos meus oito anos, precisei fazer uma cirurgia na boca, por causa do aparelho - acho que foi para tirar algum dente que ainda não tinha nascido - Enfim, lembro que precisei ficar uma semana sem comer nada sólido, só líquido podia forrar o estômago. Só que eu era fresquinha para comer e tadinha da minha mãe, as opções eram poucas. Não podia ser nada quente, gelado era o ideal. Logo, um depósito de picolé de uva foi montado no congelador. Passei uma semana comendo mais de um picolé de uva por dia! Depois disso, nem o cheiro posso sentir mais.

Sendo assim, cresci sofrendo com a falta de amor pela palavra uva: suco, fruta, picolé, bala, chiclete... Nada podia ser de uva. Se era, "Bléeeeeee, sai com isso pra lá". 

- Filha, não quer nem provar um vinho?! - Minha mãe me perguntava quando eu já tinha idade para beber, doida por uma companhia.

- Não! Odeio vinho!

- Como pode odiar se você nem provou?

Colocava a taça perto da boca, sentia aquele cheiro de uva e o picolé vinha na minha cabeça. 

- NÃOOOOOOOOOOO! Odeio! Não quero, não quero, não quero!

E assim, ela bebia sozinha. Se deliciava com o vinho, enquanto eu negava! Que tolinha. Quanto tempo perdi. Quantos vinhos deixei de saborear. 

Quando tudo isso mudou?

Resolvi deixar o trauma de lado e acompanhar a minha mãe em um curso de vinho para iniciantes. Aprenderíamos em dois dias sobre uvas, vinícolas, aromas, paladar e degustaríamos algumas garrafas. Topei. Foi então que tudo começou a mudar.

Acho que um curso de vinho demonstra exatamente o que significa essa bebida, tanto no que diz respeito ao seu preparo, quanto à sua alma. O curso contava com mais ou menos 20 pessoas, sentadas em mesinhas espalhadas pelo pequeno espaço da loja de vinhos. Todos sérios, cada um com seu cada um, sem compartilhar muitos sorrisos, conversas. Eram pessoas de diferentes profissões, idades e estilos. 

O curso começou e todos ficaram atentos, eu também, em tudo o que o sommelier falava. Conheci vinícolas, a diferença entre as uvas, o motivo daquele quase ritual quando um vinho é servido - olhar a cor, cheirar a bebida, provar um golinho, antes de finalmente todos serem servidos e poder beber. Descobri que aquilo não é coisa de quem se faz de entendido. Esse ritual é parte do prazer na hora de beber um vinho. Olhar a cor, ver se é bem líquido ou mais encorpado, sentir o aroma, deixar o vinho passar pela boca percebendo todos os detalhes... Hum!!!! Depois que entendi o motivo de tudo aquilo, apreciei o ritual. 

Depois de todas as explicações, havia chegado a hora da degustação. Fiquei tensa. Será que iria esquecer meu trauma de uva? Será que iria gostar daquela bebida? Eram cinco garrafas e meia taça de cada uma delas para cada um de nós. Um sonzinho gostoso começou a rolar enquanto o garçom servia as taças. Enquanto provávamos, o sommelier explicava sobre o gosto e sobre o aroma amadeirado ou de frutas frescas, florais... Comecei a gostar de perceber a diferença do paladar e do aroma de um para o outro. 

A música, a degustação, transformou a atmosfera do lugar. Todas aquelas pessoas de idades, profissões e estilos variados, começaram a compartilhar conversas, sorrisos, experiências de viagens, restaurantes... O salão que antes era bem silencioso passou a ser preenchido por vozes. Era como se todos fossem grandes amigos. O vinho tem dessas coisas.

Desde então, sempre que bebo uma garrafa de vinho, associo a bebida a música, amigos, conversas. Para mim, o vinho não é só uma bebida. Não dá para beber uma taça ou uma garrafa apenas por beber. Não é uma bebida para "noitada". Pelo menos para mim, é uma bebida para conversas, para confraternizar, para degustar, para aquecer a alma.

Um bom filme para entender essa bebida é o SideWays, que é claro que tenho na minha coleção. Pois o filme mostra exatamente essa atmosfera que o vinho traz. Amizade, troca, experiências gostosas. Cada um, cada garrafa tem uma história, tem um paladar. Viajar e provar os vinhos locais é delicioso e torna a viagem ainda mais inesquecível. 

E é por todas essas sensações que o vinho traz, que amo tanto essa bebida. E dizem algumas pesquisas que uma taça faz até bem para  o coração. Não é maravilhoso?!

Terminou o texto com vontade de beber um vinho? Eu fiquei louca por uma taça!