quinta-feira, maio 10, 2012

Festa de casamento - ter ou não ter?!

Você ganhou o tão sonhado anel de noivado e... O que fazer depois?! Acredito que todas as noivas que são pedidas em casamento, já começam a sonhar com o grande dia logo que colocam o anel no dedo. Afinal, a cerimônia normalmente ocorre no máximo um ano depois do pedido. Tudo bem que nem sempre é isso mesmo que acontece. Vários casais decidem dar um passo maior no namoro e ir para o noivado, mas esperam alguns anos para caminhar mais um pouquinho.

Mas todos aqueles que namoram, namoram, namoram e só quando realmente desejam casar é que ficam noivos, nesse dia de grande felicidade,começam a sonhar e a idealizar o tão sonhado acontecimento de suas vidas: O casamento. E a pergunta que sempre escuto por aí é - Fazer ou não uma festa?!

Quando você começa a pesquisar e a sonhar, percebe que o sonho não é tão fácil assim de ser real e chega até mesmo perto de parecer um sonho impossível. Quanto é para realizar uma cerimônia, uma festa? 10 mil? 30 mil? 50 mil? 100 mil?! Pois bem... Já ouvi casais dizendo que gastaram essas quantias. Uns mais, outros menos.

Mas com todo esse dinheiro, não seria melhor fazer uma grande viagem de lua de mel? Dar entrada em um apartamento? Comprar um carro? A verdade é que você pode sim fazer tudo isso com o dinheiro da festa, mas você não terá a festa. Está disposta a abrir mão do dia que deveria ser o mais importante da sua vida? Afinal, todos esperam que este seja um evento único na vida do casal. Ninguém se casa pensando em divórcio ou em quem será o próximo partido!

E para quem pensa - como eu pensava - que esse valor astronômico não compensa tanto, pois "terá apenas cinco horas de festa", quando começar a planejar e a organizar o seu grande dia, verá que as cinco horas de festa na verdade são: 365 dias mais 5h (ou o tempo restante para o dia do seu casamento + cinco horas).

É isso mesmo! Você não irá aproveitar somente o dia de dizer o sim. Você começa a aproveitar e a curtir desde o momento que senta na cadeira e começa a pesquisar no computador "festas de casamento". Começa a fazer anotações do que gosta e do que não gosta. Descobre cores e flores que nunca prestaria atenção antes. E não para por aí.

Como muitos dizem que "você não vai conseguir comer nada no dia da festa, paga o buffet para os convidados", pode até ser verdade. Mas ninguém sabe - só os que já casaram sabem - que durante o planejamento você comeu, comeu e comeu. São inúmeras degustações: os frios, os salgados, as mini-porções, os doces, bolo, bem-casado, chocolate, até mesmo cafezinhos. E você prova daqui, prova dali, prova até não aguentar mais e até - enfim - escolher aquele que "vai ser perfeito para os seus amigos e a sua família", aquele que "todos vão sair comentando de tão gostoso que estava".

Você vai escolher as músicas que vai ouvir quando entrar na festa, que vai fazer a primeira dança, que vai dançar com os amigos. Terá reuniões e mais reuniões com cerimonialista para decidir cada detalhe que fará com que a sua festa seja do jeito que você sempre quis. Aproveitará tantas bajulações das melhores amigas, da família e até mesmo de alguns desconhecidos que descobrem em uma conversa aqui ou ali que você vai casar.

Antes de entrar nesse mundo do anel na mão direita, eu também achava que casar era caro demais para ter apenas cinco horas de festa. Hoje, com muitos meses ainda pela frente até o dia do meu sim, posso dizer que a minha festa já começou!! E tenho a certeza de que as cinco horas finais dessa grande celebração, será o Happy End de uma etapa e o início de um novo sonho que começará no fim do grande dia e que esperamos que dure para sempre!

terça-feira, maio 08, 2012

A janela da frente

Na frente do meu quarto, do outro lado da rua, tem um prédio. A distância entre o meu e o outro é de uma rua e duas calçadas. Ou seja, acaba a privacidade de todo mundo e cortinas precisam estar sempre fechadas, certo?! Essa é uma das coisas pra lá de chatas da cidade grande. É quase impossível você ter uma janela para o infinito, para a paisagem, sem nada na sua frente. 

Moro em um andar que não é tão alto, nem tão baixo. E, como adoro o pôr-do-sol, sempre que estou em casa nesse horário, corro para a janela para olhar a paisagem que ainda consigo ver daqui, do meu cantinho. E não é que em um desses dias, depois que o sol já havia se despedido, por acaso vi uma janela com a luz acesa, bem na minha direção, e meu olhar ficou parado ali?

Não que toda cortina aberta seja um convite a uma espiadinha. Mas não existia maneira de resistir naquele dia. O ambiente todo iluminado, com a cortina pela metade, era cheio de livros. Livros de todos os tipos recheavam toda a parede, do chão ao teto. Todo tipo de cores, de espessura. Na frente da enorme estante, uma mesa. Essa também recheada de livros. Seria uma cortina aberta propositalmente? Quem não teria orgulho de todos aqueles livros? De possuir em sua própria casa, uma biblioteca particular? Quem seria o dono daquele lugar que eu desejava ter para mim?

Recentemente, enquanto conversava com meu noivo na janela, vi o feliz proprietário daquele lugar maravilhoso. No mesmo instante deixei de ouvir toda a conversa e a minha mente voou.

- Ei, amor... Está sonhando acordada? - Meu noivo me chamou quando viu que não prestava atenção em mais nada.

Mostrei a janela para ele. Lá estavam os livros e aquele senhorzinho sentado, lendo. 

- Olha quantos livros ele tem! - Suspirei. - O que você acha que ele está lendo agora?

Meu noivo me olhou, riu da minha curiosidade e disse que o senhor deveria ser médico e deveriam ser livros de estudo (essa é a praticidade de um arquiteto). Será? Saí da janela e fiquei pensando. O que será que ele lê? E que livros são aqueles?! No lugar de livros sobre medicina, prefiro imaginar que lá estão Dom Quixote, O Velho e o Mar, Anna Karenina e outros tantos livros que eu já me encantei ou que ainda desejo ler (essa é a viagem de uma escritora).

Apesar da vontade de descobrir quais títulos são aqueles. Prefiro a minha imaginação. Gosto de pensar que aquela biblioteca possui livros incríveis, autores que eu amo, histórias que já encantaram aquele senhor. Tentei imaginar ele moço, rapaz, ganhando o livro de uma namorada ou de uma pretendente, de um irmão, de um amigo, de alguém da família, de um professor. Quantas viagens aqueles livros já fizeram? Quais lugares já visitaram? Quando e em que lugar foram lidos? 

Imaginei quantas dedicatórias, quantos autógrafos existem ali. Páginas amareladas com o tempo, dobradas em um cantinho para que aquela citação nunca fosse esquecida. Quase consigo sentir o cheiro daqueles livros.

Se ele é médico? Não sei. E acho que prefiro nunca descobrir. Com o meu jeito romântico de enxergar as coisas, prefiro deixar aquela janela, aqueles livros e aquele senhor, como parte de uma história. Como uma página de um livro que estou lendo e que posso imaginar da forma que eu quiser. 

E um dia, espero ter a minha janela com a cortina aberta e com a minha enorme biblioteca iluminada, cheia de livros coloridos, com as histórias que tanto amo, para que alguém na janela da frente possa fazer a sua viagem.